domingo, 10 de junho de 2012

Santuário São Judas, Folha de S. Paulo e Reginaldo Manzotti






Cerca de 2.000 pessoas lotam o Santuário São Judas Tadeu, no bairro do Jabaquara, em São Paulo, em uma missa numa sexta à noite. Bancos e corredores estão ocupados enquanto um sacerdote paranaense, de uma paróquia de Curitiba, conduz a celebração.

Na trilha dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti, 43, é cantor e já vendeu mais de 800 mil cópias de sete CDs e dois DVDs. Gravou o terceiro no mês passado, na igreja da Candelária, no Rio. Vendeu também 800 mil exemplares dos seis livros que escreveu. Seus discos são distribuídos pela Som Livre, braço musical da Globo, o que lhe garante espaço nos intervalos comerciais da rede. Ele cantou ainda com o grupo de pagode Exaltasamba no DVD de 20 anos da banda.

Uma vez por mês, o padre desembarca na capital paulista para celebrar missa na igreja de São Judas. Ele dirige duas rádios e duas emissoras de televisão no Paraná e apresenta programas retransmitidos para todo o país. Em São Paulo, está no ar em dois canais abertos: Gazeta e RedeTV!. A primeira exibe sua atração, "Sinais do Sagrado", no início da madrugada, horário tradicionalmente ocupado por igrejas evangélicas. "Eu tenho sérios problemas com uma teologia barata, pregações equivocadas e um curandeirismo que está havendo", diz ao repórter Diógenes Campanha.

"Você não pode educar com uma fé superficial. Porque o capeta tá ganhando espaço." É uma crítica aos pregadores que culpam o demônio pelos insucessos dos fiéis e à transmissão de exorcismos por pastores na TV. "Tudo é o capeta. E a cruz do redentor, não tem força?"



Alguns fiéis exibem, na missa, camisetas com a foto do padre. "Eu era eminentemente contra isso. Mandava recolher." Mudou de ideia após conversar com um teólogo "muito inteligente".

"Ele me disse: 'Já parou pra pensar que o M antes era Maria e agora é McDonald's?. É a inversão dos símbolos. Louve a Deus que tem uma camiseta com a foto de um padre e não um dragão, uma banda de rock aloprada'." O padre faz uma ressalva ao relembrar a história: "Apesar de eu não ser contra o rock. Gosto de Guns N'Roses, de Pink Floyd". Ganha um DVD do Guns de Gabriel Araujo, 12, que auxilia na organização da missa em São Judas.



"Você vai ser padre?", pergunta Manzotti ao garoto. "Se Deus quiser", responde o menino, que diz ajudar também nas celebrações do padre Marcelo Rossi. "Não sai do caminho e se cuida, caboclo." A idade de Gabriel é a mesma que Manzotti tinha quando entrou para o seminário. Nascido em Paraíso do Norte, noroeste do Paraná, caçula dos seis filhos de um comerciário que beneficiava arroz e soja e de uma dona de casa, ele diz que teve "o estalo" influenciado por "um padre que me marcou muito" e por ter estudado em um colégio de freiras vicentinas.



No seminário, trocou as "regalias" de casa por um regime disciplinado estabelecido por padres alemães. Andava um quilômetro para ir à escola, só podia assistir ao "Jornal Nacional" e tinha que fazer anotações em uma caderneta para comentar as notícias. E enfrentou a chegada da puberdade.

"Claro que entrei em crise, porque você vive o despertar da sua sexualidade. De repente, começa a pensar: 'Será que eu não quero casar?'.

Crises sérias foram três." Uma delas, já em Curitiba, para onde se mudou para cursar filosofia, antes de se ordenar padre. "Tive uma grande paixão, avassaladora, a ponto de eu pensar em sair do seminário. Mas não daria frutos, e depois a gente entrou num consenso." Diz que não chegaram sequer a namorar. "Não no conceito que você tem de namoro. No coração, era; mas efetivamente, não."

O padre diz que a sexualidade faz parte do sacerdócio. "A igreja, inclusive, não aceita ninguém assexuado. O importante é como você canaliza, lida com a sexualidade." Conta que evita ter "amizade muito estreita" com mulheres e que só visita casais se os dois estiverem em casa.

"Você olha uma mulher, acha bonito. Oxe, Deus deu os olhos pra quê? Viu? Tá. Mas entre você achar bonita e pedir o telefone, passar mensagens, descobrir o e-mail... Aí já é alimentar fantasias, emoções que vão te tirar do caminho."



Antes da missa em São Judas, uma assessora tira da mala a bagagem do sacerdote: um terço, a Bíblia, os trajes para a celebração e uma toalha branca com o nome "pe. Reginaldo" bordado.

Quando celebra missas país afora, ele normalmente não leva banda, apenas sua assessoria de imprensa. "Sempre viajo com dois: um homem e uma mulher." Questionado sobre o motivo, devolve: "Por quê? Por quê?". O repórter pergunta se é porque "as pessoas falam" e ele assente com a cabeça.

O padre não vê relação entre o celibato e a existência de homossexuais nos quadros da igreja. "Se fosse assim, a igreja seria a única entidade que teria homossexuais, e sabemos que não é. No seminário se cuida muito para que o celibato não seja um lugar de fuga para a homossexualidade. A igreja é cada vez mais rigorosa com isso."

Considera a homossexualidade um tema "em aberto" e "delicado". "Eu acredito que não é um assunto em que você possa dizer 'estão todos condenados, vão todos pro inferno'. Acho que vamos ter muitas surpresas no céu." E compara a questão a um pêndulo. "Da repressão, estamos indo para o outro extremo, uma liberalidade. Eles mesmos [os gays] estão se dando conta de que há exageros, não precisa ser assim. Acredito que vamos caminhar para um equilíbrio."

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vigília para a Festa do Sagrado Coração de Jesus



Abertos à universalidade do Coração de Cristo


INTRODUÇÃO

 “A festa do Coração de Cristo é um convite a toda a Igreja, particularmente a nós, Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, para nos abrirmos ao amor de Deus revelado no seu Filho. Ele veio partilhar a nossa humanidade e trazer-nos o dom do Espírito que nos transforma à sua imagem, tornando-nos participantes da sua própria vida e promotores de uma humanidade nova, conforme o projeto do Pai… Que o Senhor Jesus escute a nossa prece, acompanhe a nossa reflexão e abra o nosso coração às dimensões do seu amor, para continuar a renovar o nosso serviço ao seu Reino em todo o mundo”. (Da carta do Superior Geral e seu Conselho para a festa do Coração de Jesus - 2012).
(Cântico)

Presidente: Adoremos a Jesus Cristo presente no sacramento da Eucaristia, contemplemos o seu amor e a sua misericórdia universais. Oremos e digamos:

 Refrão: Nós vos bendizemos e adoramos!

Coração de Jesus, Verbo eterno do Pai, Filho da Virgem Maria, Rabi da Galileia dos gentios, da Samaria e da Judeia, R.

Coração de Jesus, Cordeiro imolado, oferecido em amor, Redentor da humanidade, R.

Coração de Jesus, Bom Samaritano da humanidade, sempre próximo dos caídos e carenciados, R.

Coração de Jesus, Amigo dos estrangeiros, dos marginais e dos pecadores, R.

Coração de Jesus, Defensor dos pobres, dos oprimidos, dos refugiados, dos humildes, R.

Coração de Jesus, Amigo de todos os homens e mulheres, Messias e Salvador do mundo, R.

Coração de Jesus, Libertador dos nossos egoísmos, dos nossos preconceitos, das nossas escravidões, R.

Coração de Jesus, Mediador universal sempre vivo a interceder por nós, R.

(Tempo de silêncio)

 LITURGIA DA PALAVRA : I LEITURA
Assim como Deus inspirou o alento na primeira criação, assim o sopro do Espírito cria o homem novo. O Espírito Santo está presente e atuante na Igreja, que tem a missão de fazer de todos os povos um só povo, o novo povo de Deus. A barreira das línguas, ou quaisquer outras, não podem impedi-la de levar o Evangelho ao mundo inteiro.

Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos (2, 1.4-8.12)

Quando chegou o dia do Pentecostes, todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar não são todos galileus? Que se passa, então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna?  Estavam todos assombrados e, sem saber o que pensar, diziam uns aos outros: «Que significa isto?»  Palavra do Senhor.

Leitura das Obras Espirituais do Venerável P. Dehon.
O Espírito Santo é um laço de amor. Do mesmo modo que une Nosso Senhor ao seu Pai, une-nos a Ele e quer unir-nos entre nós. É o laço mais estreito. Fortifica em nós o amor, para o tornar obediente e dedicado, da nossa parte, misericordioso e generoso da sua. É um laço de amizade e de suave intimidade. É a fonte de toda a alegria pura e verdadeira: “Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 15). É fonte de vida, como a seiva para as árvores, e torna-nos fecundos em frutos de salvação. Esta união abre-nos o Coração de Jesus e dispõe-no a conceder-nos tudo quanto lhe pedirmos: “tudo o que pedirdes ao Pai, Ele vo-lo concederá” (Jo 15, 16). Atrai sobre nós graças de salvação e de bênção para os nossos trabalhos. (OSP 3, ASC, p. 590)

Salmo responsorial - Salmo 103 (104).

 Refrão “Mandai, Senhor o vosso Espírito e renovai a terra.

A minha alma glorifica o Senhor,meu Deus, como vós sois grande!Os vossos feitos são incontáveis, encheu-se a terra com as vossas criaturas. R.
Retirai-lhes o alento e logo expiram,e ao pó donde vieram elas voltam; De novo o concedeis e as recreais, e renovais a face da terra. R.

Glória a Deus para sempre!Ele se alegra nas suas obras; Seja-lhe agradável o meu hino, e terei alegria no Senhor. R.
Oremos: Deus eterno e omnipotente,
que no fulgor do Sinai destes a Moisés a antiga lei
e no Pentecostes manifestastes no fogo do Espírito a nova aliança,
concedei que sempre nos inflamemos no mesmo Espírito,
que admiravelmente derramastes sobre os Apóstolos e,
como novo Israel congregado de entre todos os povos,
recebamos com alegria o mandamento eterno do vosso amor
e o testemunhemos diante de todos os homens.
Por Cristo, Senhor nosso. Ámen.

(Tempo de silêncio).

 EVANGELHO
Sabemos que Jesus pregou, sobretudo, entre os judeus. A notícia de Mateus realça a missão universal: o Evangelho será pregado no mundo inteiro. O próprio Jesus deixa a sua terra e vai pregar aos pagãos. A todos anuncia a Boa nova e liberta dos males e doenças. Aos que acolhem a Palavra, junta-os na nova comunidade, que vive em forte comunhão, aberta à universalidade.

 Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus (4, 13. 23-25)
Jesus, tendo abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali. Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos; e Ele curou-os. E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão. Palavra da salvação.

 Da carta do Superior Geral e seu Conselho
A abertura ao outro e ao diferente, que leva à universalidade, tem um modelo radical em Cristo, Filho de Deus, feito membro da nossa humanidade… O Verbo de Deus era radicalmente estranho à nossa cultura e ao nosso ser como homens, mas obediente à vontade do Pai – Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade (Eb 10,7) – aboliu a distância e a condição de estranho. Ele, ainda que permanecendo sem mancha, assumiu a nossa própria condição, submetida à fraqueza e ao pecado. Até no sofrimento e na morte, permaneceu fiel a nosso lado. Aprendeu o drama da humanidade assumida e tornou-se, para aqueles que o seguem, fonte e modelo de obediência ao projeto do Pai e primogénito da humanidade reconciliada (cf. Eb 5,7-10). Tornando-se homem, Cristo "esvaziou-se a si mesmo" (Fil 2,7), mas não abdicou da sua condição de Filho de Deus. Na sua incarnação, aprendeu a realizar o seu ser Filho numa vida de homem, membro de um povo e de uma cultura humana. Assim, o Filho de Deus e Filho do homem inaugurou um novo modo de convivência entre os homens, abrindo-lhes um caminho de acesso à vida de Deus… Formados na espiritualidade do Coração de Cristo, encontramos no mistério da incarnação e no dom do espírito do Ressuscitado a raiz e o modelo da nossa comunhão e da nossa missão.

Refrão: Senhor Jesus, queremos aprender convosco a ter um coração aberto,
um coração disposto a amar sempre. R)

Senhor Jesus, queremos ter fome e sede de um coração bom, para amar sempre, amar mais, ser testemunhas do amor. R)
Senhor Jesus, precisamos de audácia e tenacidade
para ultrapassar a discórdia e a desunião, a solidão amarga e sofredora,
e vivermos em comunhão. R)

Senhor Jesus, queremos construir a civilização do amor, ser homens e mulheres de coração rasgado, disponível, generoso. R)
Senhor Jesus, queremos ser “um evangelho vivo”
para que o mundo conheça o teu projeto de salvação,
e se torne melhor e mais digna habitação de todos os homens. R)

Oração
Senhor Jesus Cristo,
Filho muito amado do Pai,
que revelastes aos povos a Boa Nova da salvação,
dai-nos um coração semelhante ao vosso,
um coração manso e humilde,
um coração aberto e disponível,
um coração capaz de cooperar,
generosa e alegremente,
na construção da nova humanidade,
da civilização do amor.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
R) Amen.

 (Tempo de silêncio)
ORAÇÃO UNIVERSAL E BÊNÇÃO EUCARÍSTICA

Oração universal

Presidente:
Irmãos (e Irmãs), a contemplação do Coração aberto do Salvador, donde brota o Espírito para toda a humanidade, é fonte do amor oblativo e inspira-nos atitudes universais, na fidelidade à nossa herança carismática, à Igreja e ao mundo de hoje. Oremos e digamos:

Refrão) Ouvi-nos, Senhor.

Pela Igreja, em cuja vida inspirada pela Evangelho encontramos o fundamento da dimensão universal da nossa vida como dehonianos, para que, confessando a sua fé em Jesus, Filho de Deus, leve a todos os povos a Boa nova da salvação, oremos, irmãos. R.
Pelos bispos, presbíteros e diáconos,
para que, como Paulo, sintam a urgência de anunciar o Evangelho a todos os povos e contribuam eficazmente para a abolição das diferenças e exclusões entre os que foram integrados em Cristo, oremos, irmãos. R.

Pelos responsáveis da justiça e da paz entre os povos e nações,
para que, reconhecendo a multiculturalidade do mundo atual,
promovam o respeito pela igual dignidade de todos os homens e mulheres,  redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito, oremos, irmãos. R.

Pela Congregação, para que, vivendo a espiritualidade do Coração de Cristo, encontre no mistério da incarnação e no dom do espírito do Ressuscitado a raiz e o modelo da nossa comunhão e missão, oremos, irmãos. R.

Pela Congregação, para que, num tempo de grandes mudanças, a exemplo do Padre Dehon, saiba ultrapassar fronteiras, limites e dificuldades, e encontre novos impulsos para a sua missão universal e intercultural na Igreja e no mundo de hoje, oremos, irmãos. R.

Oremos:

Senhor, amigo dos homens, derramai sobre nós a graça do Espírito Santo e fazei que, vivendo de maneira digna a vocação a que fomos chamados, demos aos homens o testemunho da caridade, e trabalhemos confiadamente, com todos os nossos irmãos, para que todos os homens e todos os povos formem um só povo, unido pelo vínculo do amor e da paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ámen.

Tantum ergo (Tão Sublime)

Bênção eucarística
Cântico final